quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Supremo deixa decisão sobre Ficha Limpa para amanhã

 

POSTADO ÀS 19:39 EM 15 DE FEVEREIRO DE 2012
Da Agência Brasil


O julgamento da Lei da Ficha Limpa no Supremo Tribunal Federal (STF) foi suspenso hoje (15) à noite com placar de 4 votos a 1 a favor de uma das principais inovações criadas com a norma - a inelegibilidade de políticos condenados criminalmente por órgão colegiado. A sessão foi encerrada depois do voto da ministra Cármen Lúcia, e será retomada amanhã (16).

Depois de Antonio Dias Toffoli, a ministra Rosa Weber foi a próxima a votar. Ela deixou claro desde o início que tinha total afinidade com os avanços moralizadores da norma. Ela disse que a Lei da Ficha Limpa surgiu devido à repulsa da sociedade pelo sistema até então vigente. "Tínhamos políticos com péssima reputação e com vida pregressa mergulhada em extensa ficha de registros negativos, que podiam lançar mão do poder político para encobrir políticas desabonadoras, usando mandato eletivo em proveito próprio".

Rosa Weber argumentou que até princípios que parecem intocáveis, como da presunção de inocência, podem ser relativizados dependendo da situação. Ela lembrou, por exemplo, as hipóteses de prisão temporária e preventiva, que são aplicadas quando o cidadão ainda não foi condenado. A ministra também entendeu que políticos que renunciaram para escapar de cassação devem ser atingidos pela Lei da Ficha Limpa.

A ministra descartou a proposta que o relator Luiz Fux deixou em aberto, que desconta o período de inelegibilidade de oito anos do prazo corrido entre a primeira condenação em colegiado e a decisão final da Justiça. "A obrigação de inelegibilidade desde a condenação é um prazo dilatado sim, mas que se encontra dentro da liberdade de conformação do legislador". Rosa Weber declarou que o político condenado pode optar por não recorrer e cumprir logo sua pena.

Esse posicionamento foi rechaçado pelos ministros contrários à Lei da Ficha Limpa, como Gilmar Mendes, para quem a liberdade de conformação do legislador tem que ter um parâmetro. "Esse é um somatório que dependendo do exercício chega aos 50 anos [de inelegibilidade]. Aos militares não ocorreu fazer uma lei dessa", disse. O presidente Cezar Peluso completou: "Esse raciocínio transforma uma garantia primaria, que é o direito a recurso, em um empecilho jurídico".

Próxima a votar, Cármen Lúcia aderiu totalmente ao voto do relator Luiz Fux e fez poucas observações, pois já falou extensamente sobre a Lei da Ficha Limpa em outros julgamentos no STF e no Tribunal Superior Eleitoral. Ela defendeu a regra proposta por Fux que desconta os oitos anos de inelegibilidade do prazo corrido entre a condenação do órgão colegiado e a palavra final da Justiça.




O Supremo Tribunal Federal acaba de encerrar a sessão destinada a votar o projeto da Ficha Limpa, valendo para as eleições deste ano. O placar de hoje ficou em 2 a 1, mas como dois ministros já votaram na sessão anterior pela sua aplicabilidade, então o placar geral seria de 4 a 1, o que mostra uma tendência para a proposta valer nas eleições de outubro. A votação será retomada amanhã.


No twitter, internautas pedem aprovação da Ficha Limpa

  


 



Os internautas apelaram para o Twitter na tentativa de sensibilizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a votar favoravelmente pela validade da Lei da Ficha Limpa. O julgamento está previsto para ser retomado nesta quarta-feira, 15. Na noite de ontem, o termo fichalimpaja ficou em primeiro na lista dos assuntos mais comentados e na manhã desta quarta já ocupa novamente o ranking. Circula na internet também um abaixo-assinado pela aprovação da lei. Desde segunda-feira, quando foi postada a petição, 120 mil declararam apoio. A meta é chegar a 150 mil adesões até o final desta quarta
Escrito por Magno Martins, às 05h32

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